A narrativa de hoje comemora a história da obra adventista em Zâmbia.
Quando W. H. Anderson, a esposa e vários outros missionários foram para Zâmbia, eles não chegaram ali de avião, nem de carro, mas de carroça puxada por fortes bois. Depois de longos dias de viagem por estradas poeirentas e acidentadas, os viajantes finalmente chegaram ao terreno que o chefe local havia doado para a Igreja Adventista com o objetivo de começar uma escola para as crianças.
Enquanto a Sra. Anderson juntava lenha para fazer o fogo e preparar o jantar, o Sr. Anderson decidiu conhecer a propriedade, aproveitando para observar o terreno, procurando um bom lugar para construir a escola. Havia tanta coisa a fazer! Uma das primeiras coisas que o Sr. Anderson precisava fazer era aprender o idioma local para poder se comunicar bem com o povo. Depois, teria que encontrar ajudantes para cortar árvores e serrar madeira para a construção da escola. Também queria aprender a plantar com a população local e assim iniciar uma fazenda na escola. “Se eu trabalhar duro”, ele pensou, “conseguirei abrir a escola em dois anos.”
Pedido Surpreendente
Mas, naquele dia, naquele mesmo dia, um menino se aproximou do Sr. Anderson e disse, traduzido por um dos colegas de trabalho de Anderson:
-“Professor, estou aqui para estudar em sua escola.”
-“Escola!” Sr. Anderson exclamou. “Nós não temos nenhuma escola ainda.”
-“O senhor não é professor?”, o garoto perguntou.
O Sr. Anderson meneou a cabeça confirmando.
-“Então me ensine.”
O menino não saiu de perto do Sr. Anderson e o seguiu até a carroça onde a Sra. Anderson tinha preparado o jantar.
-“Este garoto quer ir à escola”, o Sr. Anderson disse à esposa, balançando a cabeça. “Ele não quer voltar para casa.”
Início Imediato
-“Alguma vez Jesus mandou alguém para casa vazio?”, a Sra. Anderson perguntou, e o Sr. Anderson entendeu. O garoto queria estudar, ainda que o Sr. Anderson não tivesse livros, nem escola, nem mesmo o conhecimento do idioma local. Tudo que ele tinha eram algumas lousas e lápis.
No dia seguinte, mais quatro garotos pediram para estudar. De repente a nova escola começou!
O Sr. Anderson ensinou os meninos a lavrar a terra, preparar um pomar e o terreno para construir a escola. Depois de trabalhar durante o dia, os meninos e seu professor se sentavam ao redor da fogueira para estudar. Com a ajuda dos rapazes, o Sr. Anderson aprendeu a falar e escrever, palavra por palavra, o chitonga, idioma local. Em seguida, copiou-as no quadro negro e instruiu os rapazes a escrevê-las e falar.
Em pouco tempo, o Sr. Anderson conseguiu formar frases para contar as histórias bíblicas aos seus alunos, que por sua vez, aprenderam a ler as palavras do próprio idioma.
Mais crianças chegaram, e a escola cresceu. Um mês depois, mais de 40 meninos estavam matriculados, e as meninas também chegaram.
Em um ano, o Sr. Anderson escreveu as lições bíblicas que contavam a história da Criação e do Dilúvio, atraindo os primeiros leitores no idioma Chitonga. Quando as crianças receberam os primeiros livros no próprio idioma, elas os memorizaram antes que o segundo livro fosse impresso. Que leitores dedicados!
Enquanto aprendiam, os alunos trabalhavam na construção e na fazenda. Plantavam milho (que eles chamavam de “mealie”) e vegetais. Ajudaram a construir o primeiro dormitório, feito com paredes de barro, chão de terra e telhado de palha. Eles construíram uma sala de jantar, uma sala de aula e uma igreja. Com a madeira das caixas de embalagem que o Sr. Anderson tinha guardado, fizeram uma mesa enorme. À noite, os meninos dormiam no chão.
Sem Acomodações
Mas não havia condições de abrigar no dormitório todos os alunos que chegavam. Certo sábado, depois do culto, o diretor encontrou cinco meninos sentados perto de sua casa. Ele sabia que eles queriam estudar, mas não havia espaço. Ao saber que eles tinham andado 241 quilômetros para frequentar a nova escola, decidiu recebê-los.
-“O que devemos fazer?”, o Sr. Anderson perguntou a Detja, professor africano. “Não há mais espaço no chão para os estudantes dormirem! A estação chuvosa está chegando, e não há palha para fazermos o telhado. Não podemos aceitar mais alunos!”
Detja pensou um minuto, depois disse:
-“Professor, o chão está lotado, mas ninguém dorme sobre a mesa.”
Assim, por cinco meses, os alunos se serviram da mesa, fora da hora das refeições, para estudar e dormir.
Milagre da Graça
Logo as crianças aprenderam as histórias do amor de Deus. Isso as encheu de alegria e transformou seu coração. David Livingstone, que foi missionário na África, certa vez disse que se, um dia, o coração do povo bitonga fosse transformado, seria um milagre da graça. E isso aconteceu. As crianças bitonga mudaram completamente, enquanto aprendiam sobre Jesus na pequena escola de barro que elas mesmas ajudaram a construir.
Aquelas crianças foram os primeiros estudantes da Escola Missionária Rusangu, uma escola que continua a ensinar sobre o amor de Deus.
Resumo Missionário
– A Escola Adventista de Rusangu continua em pé, e seus professores ensinam as crianças sobre Jesus. O antigo edifício de barro e palha foi substituído por um edifício de alvenaria.
– No mesmo terreno, estão uma grande escola de ensino médio e a Universidade Adventista Rusangu que, há três anos, receberam parte da nossa oferta do décimo terceiro sábado para ajudar a construir uma biblioteca. Agradecemos sua ajuda para que as crianças africanas cresçam em Jesus.
FONTE: Lição da Escola Sabatina(3° Trimestre 2012)
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