Aoki nunca tinha conhecido um cristão nem aberto a Bíblia quando se inscreveu na única faculdade da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Japão. Quando seus pais pagaram antecipadamente dois anos letivos, ele nem sabia que o Colégio Saniku Gakuin era uma instituição cristã. Aoki só sabia que queria aprender inglês, e a faculdade tinha uma boa reputação. No internato, com 18 anos, Aoki ficou surpreso quando, em sua primeira noite no residencial masculino, ouviu o anúncio do alto-falante: “É hora do culto vespertino. Por favor, dirijam-se à capela!” Aoki seguiu os outros estudantes até a capela. Ele não conhecia Bíblia nem hinário e, obviamente, não os tinha. Ele achou muito estranho ouvir as pessoas cantarem e abrir as Bíblias. “Todos conheciam os hinos, exceto eu”, ele disse. “Todos sabiam como encontrar os versos, exceto eu. Eu não entendia nada!” Terminado o culto, ele já estava decidido a voltar para casa. Mas, então, lembrando-se de que os pais haviam pago dois anos de mensalidades, resolveu esperar. “Aquele foi meu primeiro contato com o cristianismo”, Aoki diz.
Evangelho da amizade
Muitos japoneses, como Aoki, nunca tiveram contato com algum cristão. Somente 1% de 127 milhões da população japonesa e, desses, somente 15.151 pertencem à igreja adventista. O país é amplamente budista.
Aoki não era budista quando começou a estudar na instituição adventista. Ele simplesmente não se interessava por nada espiritual. Mas seus colegas e professores eram bondosos. Eles explicaram o cristianismo. “Por causa da amizade demonstrada”, diz, “minha impressão dos cristãos foi ótima.” Ele gostava de ir à igreja e conversar com os novos amigos, começou a namorar uma garota adventista, mas não pensava em batismo. Após dois anos, recebeu a licença para lecionar língua inglesa e decidiu ensinar na mesma instituição. Porém, sabia que deveria se tornar cristão, o que significava estudar a Bíblia.
Imediatamente Aoki se inscreveu no curso de Teologia. Ele não queria se tornar pastor; apenas queria estudar a Bíblia para que pudesse ensinar. Assim que preencheu os formulários da matrícula, o capelão da faculdade o chamou ao escritório. “O que você está pensando?”, o capelão perguntou. “Qual é seu plano para o futuro? Você quer se tornar cristão?” “Talvez eu me torne cristão algum dia”, respondeu Aoki. “Mas, não agora.”
O capelão examinou atentamente Aoki. “Se você for batizado algum dia, você deve ser batizado agora”, disse ele. “Por que adiar? Ninguém sabe o que reserva o futuro. Você deve ser batizado agora.”
Decisão pelo batismo
Ele e Aoki conversaram sobre o assunto por várias horas. Entendendo a posição do capelão, Aoki finalmente disse: “Por favor, dê-me tempo. Preciso pensar.” Disposto a não permitir que Aoki saísse da sala sem mais um apelo, o capelão insistiu: “Quando voltar na próxima semana, deve decidir a data do seu batismo.”
Aoki telefonou para a namorada adventista, que ensinava em uma escola primária em outra cidade e explicou a situação. Então, perguntou quando ela poderia participar de seu batismo. Havia apenas um dia livre nos meses seguintes. Esse foi o dia escolhido para o batismo.
Hoje, Aoki tem 42 anos e é líder da União Japonesa. Ele também é o pastor da única igreja adventista jovem do país, a Igreja Setagaya de Tóquio, que treina os jovens para ser obreiros evangélicos. Parte da oferta deste trimestre ajudará a igreja a expandir seu trabalho. Aoki disse que o segredo para apresentar Cristo aos jovens japoneses é o amor – o mesmo princípio que o atraiu para Cristo na faculdade adventista. “Não foi a Bíblia que me ensinou que Deus é amor”, disse ele. “Meus amigos e professores me ensinaram que Deus é amor através de suas palavras e ações.”
Assista ao vídeo sobre Aoki no link: bit.ly/stranded-at-adventist-college
Conhecendo o Japão
• Era habitual no antigo Japão que as mulheres manchassem os dentes com tinta, pois dentes brancos eram considerados feios. Essa prática persistiu até o final dos anos 1800.
• Há três escolas adventistas de enfermagem no Japão. Todas incluem a palavra Saniku com seu nome. O nome "Saniku" (? ?), é uma combinação de ? (san, “three”) e ? (iku, “nutrir, abrir”). Significa “tornar as pessoas completas” nos aspectos físicos, intelectuais e espirituais.